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sábado, 3 de outubro de 2009

A volta do jeans surrado

Gente! Uma tendência agora é o jeans surrado! Aproveitem!
Com alguns vaivens, a moda e o jeans vivem um intenso romance que começou em 1853. Após se reinventar em muitas ocasiões, esta temporada oferece um "revival" da rebeldia dos anos 80. A calça jeans, que nasceu para trabalhar em condições ásperas e duras, atualmente ganhou uma roupagem refinada. "Lamento não ter inventado o jeans", dizia o grande guru da moda Yves Saint Laurent. Exposto às fantasias dos estilistas, o jeans sofre caprichosas "customizações" e inumeráveis mudanças. Esta temporada é dos desbotados, "surrados" e desfiados, lavados, gastos à pedra e "surrados" com ácido. Presos pela nostalgia roqueira dos anos 80, firmas como a Levi's reinterpretam essa estética."Após uma época na qual reinou os acabamentos escuros, as "skinny" e os suaves desgastados impõem-se a estética mais dura do desalinho", explica Hervé Locatelli, responsável do departamento de marketing da Levi's. Famosas como Katie Holmes, Kate Bosworth e Agyness Deyn, junto com estilistas da estirpe de Christophe Decarnin, para Balmain, ou Ricardo Tisci, para Givenchy, transformaram os jeans gastos na peça mais desejada. Quanto mais velhos, mais agradam e mais caros ficam. Ao contrário do que se possa pensar, estes jeans "surrados" são confeccionados com carinho, com tecnologia de ponta e design exclusivo que justificam seus elevados preços.Uma peça eternizada A história das calças jeans tem origem na Califórnia, onde, por volta de 1850, a febre do ouro suscitava paixões. Foi nesse ambiente áspero e de grande ambição pelo dinheiro que se assentou um comerciante de origem bávara, Levi Strauss, para vender tecidos. Rapidamente, ele se deu conta de que a água, o frio e as pedras estragavam as roupas e, assim, decidiu usar o mesmo tecido com o qual fabricava tendas para fazer calças pesadas e resistentes. Até os anos 30, o jeans era usado exclusivamente para trabalhos pesados no campo e para montar a cavalo. Os mais ousados vestiam a peça nos fins-de-semana em churrascos ao ar livre com amigos. No entanto, este tecido - o denim - teve uma mudança radical quando a revista "Vogue" imortalizou em sua capa modelos com calças jeans, camisas xadrez, lenço no pescoço e botas de montaria. Era o nascimento do estilo "country", que depois se popularizou no cinema com os "western". O cinema também serviu para impulsionar o sucesso das calças jeans. Assim, no filme "Assim Caminha a Humanidade", o ator James Dean trajava a peça com poderio, ao mesmo tempo em que dava um ar rebelde e indisciplinado. Atraente, selvagem e muito desejado, Marlon Brando também usava jeans no filme "Um Bonde Chamado Desejo". Nos anos 60, a peça - que se torna "unissex" - é adotada pelo proletariado e se torna símbolo de rebeldia, juventude e rock and roll. Na década dos 70, a estética "hippie" transforma o jeans reto em calças com pernasboca de sino, que servem tanto para o dia quanto para a noite. Sete anos depois, Calvin Klein cria sua primeira linha de jeans, destinada à classe mais alta dos Estados Unidos. Foi nos anos 80 que as firmas e os estilistas trabalhavam e manipulavam o denim até desgastá-lo. Samantha Fox e George Michel usavam os jeans "surrados", estética seguida por milhares de jovens. Ninguém se lembra mais daqueles anos nos quais o jeans era tão mal visto. Mais bem recebidos eram as calças de brim, que simpatizavam com as boas formas e gestos.No início do século XXI, estilistas ousados como Tom Ford e Helmut Lang reinterpretaram o jeans com calças cheias de plumas, pedras e bordados chamativos. Mais transgressores, Dolce & Gabbana apresentaram em Milão jeans rasgados nos joelhos, e desfiados e desgastados na coxa.A calça jeans, além de ser uma peça imprescindível no armário masculino e feminino que combina com quase tudo, vive um bom momento e reflete a personalidade de quem a usa.

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